História da Freguesia Santo Espírito fica além da serra, onde o branco casario se mistura com o interminável verde das deslumbrantes paisagens. É uma freguesia rural de planícies e vales verdejantes, onde brota uma inigualável vegetação. Localiza-se na parte Leste da ilha, confrontando com a freguesia de Santa Bárbara e Almagreira. Tem uma área cerca de 27 Km2, que se dividem por lugares como Loural, Almas, Santo António, Azenha, Termo da Igreja, Lapa, cruz, Glória, Boa Vista, Fonte do Fordão, Cardal, Terras do Raposo, Calheta, Maia, Malbusca, e Panasco. Segundo os dados dos censos de 2011 a freguesia de Santo Espírito é habitada por cerca de 610 pessoas – um quarto da população de há cinquenta anos atrás. Gaspar Frutuoso referiu-se a ela afirmando “chama-se ali Santo Espírito, onde dizem os antigos que na ilha se disse a primeira missa do Espírito Santo, quando entraram nela, e dali ficou nomear-se ainda hoje em dia esta freguesia de Santo espírito, sendo ela depois edificada, como agora está, da invocação da Purificação de Nossa Senhora, sem perder aquele nome antigo”. Integra esta freguesia o concelho de Vila do Porto situado a sudoeste da ilha de Santa Maria. Os primeiros povoadores deste lugar terão sido os Curvelos, descendentes de descendentes de António Curvelo, O catalão, natural de Valência, que foi mandado pelo Infante D. Henrique proceder, em Santa Maria a plantação de cana sacarina e montagem dos engenhos. Teve este António Curvelo, em meados do século XV, grandes dádivas de terras que o monarca português lhe concedeu. A este propósito diz Gaspar Frutuoso: “ Gener Curvelo trouxe os princípios todos da ilha, como foi provisão para fazer a igreja, e os ornamentos e os sinos, e as coisas da câmara e vivia no cabo da ilha, da banda de leste, onde se chama Santo Espírito (…)” Confirma-se esta hipótese o fato de em vários documentos do século XVI, os Curvelos portugueses serem designados por Crivelos. Desde a sua entrada em Portugal, teve esta família de nobreza. A tradição conta que neste lugar do Santo Espírito, se rezou a primeira missa nos Açores em honra do Santo Espírito, ficando-lhe, por isso, o nome. Deste modo, acredita-se que aqui se festejaram, pela primeira vez na ilha, ou mesmo no arquipélago, as festas do Espírito Santo, hoje celebradas em muitas localidades dos Açores. A Igreja Paroquial, construída em 1560 e alterada durante o século XVIII, apesar de ser dedicada a Nossa senhora da Purificação, também está associada aos festejos em honra do Espírito Santo. Trata-se de um templo do estilo barroco, tipicamente açoriano, com a fachada branca recortada pela pedra cinza extraída da lava do vulcão depois de solidificada. Para além desta igreja, outras existem nesta freguesia: As Ermida de Santo António (primeira sede da freguesia de Nossa Senhora da Purificação), de Nossa Senhora da Glória (XVII), Nossa Senhora da Piedade (no lugar de Malbusca), Nossa senhora da Boa Morte (Lugar do Panasco) e a Ermida de Nossa Senhora dos Prazeres (no Lugar da Maia),construída no século XVII. Os impérios são prometidos por qual quer pessoa que se sente aflita com doenças ou para adquirir mais do que tem, ou ainda para se chegar a embarcar. Quem promete fazer o império, faz o pedido da coroa um ou dois anos antes, para poder ter lugar no dia em pretende realizá-lo. A arquitetura das casas é uma das imagens mais marcantes, a casa Espirituense é pequena, só de andar térreo, mas algumas com uma repartição por baixo da casa chamada de loja, onde guardavam os cereais e alguns utensílios, e com uma chaminé tipo Algarvio. Ladeando o quintal, localiza-se os anexos da casa: a cerca do porco, o palheiro, a retrete e a capoeira.
As principais atividades económicas da freguesia são: Agricultura, pecuária, comércio, serviços e indústria (serração /carpintaria e panificação).
Orago: Nossa Senhora da purificação
Festas e Romarias: N. Sra. da Purificação (1.º domingo de Fevereiro), Santo António (1º domingo após 13 de de Junho) e Festas do emigrante (último domingo de Agosto).
Gastronomia: Sopas do Espírito Santo, biscoito de orelha e de aguardante, cavacas, malassadas, biscoito encanelado, biscoito de manteiga, caldo de nabos, bolo da panela e vinho abafado, entre ouros. |